Roteiro Nabu

13/10/2020 19:28

O roteiro sobre a seca na Mesopotâmia foi escrito por Diego Nones Bissigo, na Oficina de Vídeo-História I deste ano:

NABU

Cena 1
Exterior – campos na Mesopotâmia – dia
“Babilônia, 1300 a.C.”
Nabu, camponês babilônico, cerca de 25 anos, 1,7m de altura, visivelmente abatido pelo esforço físico do dia-a-dia. Nabu contempla uma paisagem seca. Avistam-se pequenos montes ao fundo, o chão está seco, há pequenas plantas secas por toda parte e, em média distância, no canto, tamareiras ressecadas. Ao se mover, Nabu avista algumas cabras. Nota-se que elas estão comendo toda a relva remanescente. Ao lado, um reservatório de água mostra sinais de diminuição.
Nabu aproxima-se de uma delas e a ordenha. O leite é pouco e Nabu fica decepcionado. Olha preocupado para o sol e a campina seca. Deixa o recipiente com o leite no chão. Aproxima-se Anshar, seu filho, 6 anos, correndo. Aproxima-se do pai procurando chamar-lhe a atenção. Sem ser atendido, observa o recipiente com leite e, afoito, prepara-se para beber um pouco.
Nisso, Nabu se volta para Anshar e o repreende, proibindo-lhe de tomar o leite e despeja o conteúdo em outro recipiente.

Cena 2
Exterior – fora dos portões de Babilônia – dia
Há um portão no meio do muro. A partir de um portão, sai um velho montado num asno. Ele está trajado numa túnica relativamente imponente e o asno carrega pergaminhos e o cajado do velho.
Ao se afastar, nota-se mais a cidade murada (Babilônia), alguns prédios sobressalentes, o maior deles é um zigurate com jardins sobre seus terraços. A paisagem ao redor é também seca, sem vegetação.

Cena 3
Exterior – local de Nabu – dia
O sol parece ainda mais forte, Nabu observa uma pequena cabra morta e lamenta-se. Olha para as demais cabras, sofridas e sem vegetação que as alimente. Ao despejar o leite no mesmo recipiente anterior, nota-se que há bem menos leite. Anshar se aproxima do pai, bem menos animado e pede-lhe leite. Nabu nega o leite e caminha com ele até o reservatório de água da cena anterior. Nota-se que há quase nenhuma água e a terra ao redor está rachada. Nabu coleta a última quantidade disponível deixando-a num recipiente. Uma cabra berra, seu filho pula pedindo água. Nabu olha para o recipiente e fica em grande dúvida. Desespera-se e sai do lugar onde está.

Cena 4
Exterior – uma pedra à beira do caminho – dia/noite
Nabu senta-se com o recipiente de água e pensa o que fazer com ela. Depois, se entristece, abaixa a cabeça.
O tempo passa – Anoitece – Céu estrelado
Nabu está iluminado pela lua e estrelas. Está cabisbaixo. Uma sombra o cobre. Ele levanta os olhos. Avista o velho que saiu da Babilônia. O velho, de ar compassivo, parece indagar-lhe o que está acontecendo. Nabu mostra o recipiente com água, e aponta para o local onde devem estar seus filhos e cabras. O velho então, convida Nabu a se levantar e mostra-lhe as estrelas com um cajado…

Cena 5
Exterior – Montanhas com cumes nevados – dia
Num paralelo não necessariamente naquela mesma hora, mostram-se as distantes montanhas Taurus. A câmera aproxima-se e mostra os cumes esbranquiçados das montanhas maiores. Uma árvore descongela em meio à montanha. Os pingos que caem começam a acumular. Corta para próxima cena.

Cena 6
Exterior – a pedra na beira do caminho – noite
Nabu enche-se de esperança. O velho pega o recipiente com água, e dá alguma ordem a Nabu. Nabu chama por alguém e Anshar vem correndo. Nabu lhe dá a água restante. Abraça o filho. O velho segue seu caminho pela noite.

Cena 7
Exterior – Montanhas – dia
Menos pingos de água caem na poça de água. A árvore da cena 5 está verde novamente, a neve já derreteu. A paisagem ao fundo está menos esbranquiçada.

Cena 8
Exterior – local de Nabu – dia
Muita água enche o reservatório outrora seco. As cabras bebem com fartura e Anshar corre ao redor do pai. O leite transferido para outro recipiente é farto. Nabu pega Anshar no colo, mostra-lhe o chão, a água, as cabras. Depois pega um pedaço de madeira (semelhate ao cajado do velho) e aponta-lhe o céu (mesmo em dia claro) como que ensinando a Anshar o “segredo” ensinado pelo velho.

FIM

(Vale lembrar que os direitos de uso, reprodução, etc do roteiro pertencem ao seu autor.)

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